No More Takes: março 2011

quinta-feira, 31 de março de 2011

terça-feira, 29 de março de 2011

Mano a Mano VIII - Front 242 + Detachments

FF até 2010, Audio Video a primeira pista de Detachments. O compasso rígido de uma máquina de escrever mantém-se, mas os tons frios CGA dão lugar ao conforto do sRGB.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mano a Mano VIII - Front 242 + Detachments

Este Mano a Mano traz dois àlbuns de estreia separados por quase três décadas. Geography dos Front 242 (1982) e o s.t. dos Detachments (2010).

Dum lado os Front 242 começavam a dar forma e som aos anos 80, moldando e loopando amostras num cocktail industrial mecânicamente dançável. Do outro, os Detachments imploram-nos para reviver os sons sofisticados da época, num retro-enjoado-cool solidamente iluminado por leds em vez de neons tremidos. Visão vs a memória que fica?

Emprestando samples de THX 1138, segue-se Operating Tracks, a pista de abertura de Geography:

The Universal Sigh - o jornal dos Radiohead


Os Radiohead não param de supreender, mesmo quanto o motivo para serem notícia não seja propriamente musical. Desta feita,  os cinco de Oxford recuperam o conceito de fanzine e oferecem em todo o mundo o seu jornal, The Universal Sigh, também disponível em formato digital.

No seu interior os leitores podem encontrar ilustrações, textos e poemas, numa parceria entre a banda e o artista Stanley Donwood.

Em Portugal, o jornal foi distribuído no Largo Camões, em Lisboa. 

domingo, 27 de março de 2011

#4

© Machado Teixeira

Indefinições Presidenciais


Quanto a notícia surge depois do fecho do jornal, o tiro das sondagens pode sair pela culatra.



»» Delírio burlesco a partir de imagens do filme A Queda (2004).

Quiz VII - Que presente vou dar ao meu papá?


Apesar da disputa acesa pelo primeiro posto, a terceira opção do último Quiz nomoreatakiano levou a melhor sobre segunda.  Ou seja, 50% dos votantes considerou como presente ideal para o seu papá o CD dos Homens da Luta, deixando o exotismo de uma qualquer empregada doméstica sacavenense a treze pontos percentuais de distância.

Para além do óbvio efeito na-boca-de-todo-o-mundo, que outra variáveis podemos considerar para explicar estes resultados? Desconfio que a malta também queria arreliar os papás com o CD-paródia que a esquerda caviar idolatra. Já estou a topar o diálogo:

É pá, um cd do Zé Mário e o Zeca? - pergunta o pai.

Qual quê! Estes são os homens da luta! - afima o filho.

Ó meça! No meu tempo a coisa era mais subtil. - diz o pai enquanto se afasta da aparelhagem.

Um coisa é certa, as grades de mini estão démodé. Com um resultado de 12%, só podemos pensar que os filhos querem bem aos fígados dos pais.

O Senhor Novembro nas últimas chuvas de Março

I wish that I believed in fate, I wish I didn't sleep so late

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sem Nação/Com Hino



Na impossibilidade de fundar uma Nação sem território, fica o consolo da proposta de um hipotético hino nomoretakiano: Disorder. O primeiro tema do álbum de estreia de Joy Division, Unknown Pleasures (1979), serviria bem o propósito de espantar o caos interior com um par de gargantas desafinadas em uníssono.


Disorder

I've been waiting for a guide to come and take me by the hand
Could these sensations make me feel the pleasures of a normal man

New sensations bear the innocence - leave them for another day

I've go the spirit, lose the feeling 


take the shock away

It's getting faster, moving faster now, it's getting out of hand
On the tenth floor, down the backstairs into no-man's land
Lights are flashing, cars are crashing, getting frequent now
I've got the spirit, lose the feeling, let it out somehow


What means to you, what means to me - and we will meet again

I'm watching you, I watch it all

I take no pity from friends

Who is right and who can tell, and who gives a damn right now
Until the spirit, new sensation takes hold - then you know
I've got the spirit, but lose the feeling 
Feeling 

Um Homem/Uma Ideia/Um Chinês



Ainda há cinco minutos era do Sporting. Agora sou um pobre tonto cheio de dores no maxilar.

#3

© Machado Teixeira

Mano a Mano VII - Ornatos Violeta + Faith No More




Ornatos a interpretar Mata-me Outra Vez no palco das Noites Ritual Rock no Porto em 2000.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Mano a Mano VII - Ornatos Violeta + Faith No More



Em escuta Chinese Arithmetic, quarta faixa de Introduce Yourself (1987). Era o som dos Faith No More em finais de oitenta.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Mano a Mano VII - Ornatos Violeta + Faith No More



Ornatos Violeta em palco a tocar 1 Beijo = 1000, a sexta faixa de Cão! (1997). Estes eram os Ornatos no longínquo 1998, ano da Exposição dos Oceanos. 

terça-feira, 22 de março de 2011

Kyle Bean: demiurgo de cenários


Ilustração de um circuito elétric feita para a WIRED
Já alguém se interregou sobre o autor daquelas maravilhosas ilustrações da WIRED? Kyle Bean é o nome do criador dessas imagens que teimam em conquistar-nos a atenção.

»» Via Jota Hemme e Hesse (ou o poeta de serviço no Ingoísta).

segunda-feira, 21 de março de 2011

#2

© Machado Teixeira 

Mano a Mano VII - Ornatos Violeta + Faith No More



Para ver e ouvir, We Care a Lot ao vivo em Londres em 1990. Estes eram os Faith de Introduce Yourself (1987) e de Chuck Mosely como vocalista. 

domingo, 20 de março de 2011

Mano a Mano VII - Ornatos Violeta + Faith No More



No ar Líbido, terceira faixa de Cão!, o álbum de estreia dos Ornatos Violeta.

Quiz VII - Que presente vou dar ao meu papá?

Um bonito postal pedido de empréstimo daqui

Inserido na categoria evento-sazonal-terrivelmente-aborrecido, o 7º Quiz do No More Takes, põe à votação dos eleitores virtuais o presente ideal para o dia do Pai 2011. Quais são as opções?

1. Uma grade de minis porque anima sempre o velho;

2. Uma empregada doméstica originária de uma qualquer região exótica, tipo Sacavém;

3. O CD dos Homens da Luta, A Cantiga é uma Arma, para o fazer recordar dos tempos em que a esquerda se levava a sério.

#1

© Machado Teixeira

Mano a Mano VII - Ornatos Violeta + Faith No More





Cabe aos Faith No More abrir as hostilidades do sétimo Mano a Mano. Ficamos com Anne's Song, a segunda faixa de Introduce Yourself de 1987.

Mano a Mano VII - Ornatos Violeta + Faith No More


Esta semana o Mano a Mano deu à luz um híbrido luso-americano. De sangue luso apresentam-se os saudosos Ornatos Violeta com o seu álbum de estreia, Cão! (1997). A segunda parte do cruzamento é oriunda dos States. São os Faith No More com Introduce Yourself (1987), segundo longo registo da banda e sucessor de We Care a Lot (1985).

Dez anos e um oceano separam os dois álbuns, mas há um fio punk-funk que une as duas meadas.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A MONSTRA precisa de amigos


Comos os outros diziam, esta MONSTRA clama por amigos. Este pequeno monstrengo andará a espalhar charme lá para os lados do São Jorge durante a última semana de Março.

Ide ver sem receio.

Elogio da Noite


Fazer o turno da noite não passa apenas por trabalhar entre as quinze e as vinte e quatro horas. Das quinze para diante toda a lógica laboral é outra. É um estilo de vida contracorrente, crepuscular, batmaniano, olheirento, boémio (para quem discorda de qualquer um destes atributos, sugiro a elaboração de um inquérito a uma amostra representativa da população laboral do setor do retalho. A aplicação dessa poderosa técnica das Ciências Sociais teria como objectivo avaliar a frequência de saídas à noite, o número de copos bebidos, o número de marcas de cerveja, discotecas, pubs e botecos conhecidos e a quantidade de ressacas ao longo do ano civil. Hipotetizo que se não houver um efeito de desejabilidade social, leia-se: “vou mentir nas respostas que dou para me encaixar nas convenções sociais percebidas como correctas”, o pessoal da noite dá uma abada aos saudáveis da manhã. Paga o figado e a conta ordenado. Pode haver uma explicação para este comportamento altamente social, mas auto-destrutivo no meio termo: fazer tudo inversamente ao protótipo do compincha da manhã, para acalmar o medo irracional de ser parecido com ele. Tem um quê de psicanálise barata, mas leituras lacanianas têm inúmeros efeitos secundários para além do delírio. Descarto liminarmente qualquer hipótese que traga à baila os incentivos para explicar a escolha do horário noturno).


Um dia após o outro, o homem-truta (perdoem-me mas vou empregar o género masculino. Mulher-truta é uma expressão no mínimo foleira, embora imagética (oiço cantos de sereias? Vejo Ulisses amarrado a um mastro, enquanto é tentado em pleno Mediterrâneo?) até ao tutano) não embarca no meio dos colarinhos branco encardido na 113, não sofre de indecisão na escolha da indumentária a vestir por cima do pêlo porque o tempo ameaça o aguaceiro-molha-tolos-durante-sete-minutos-e-picos, não houve o ruído de fundo do noticiário da SIC Notícias (ou da TSF, ou da Renascença, escolhe o leitor em função da sua faixa etária mental) ao mesmo tempo que ferra o dente nos cereais  Linha Zero, não regressa a casa com o mesmo maranhal (só que mais suado, mais entediado, mais enfadonho) com que apanhou a 113 das um quarto para as nove, não vai ao café lá do bairro esfumaçar e discutir sobre a parelha Zé-Merckel e a volatilidade dos mercados nos intervalos dos jogos do Benfica. Enfim, não vai ao Facebook – esse grande cátologo La Redoute de pessoas –  às vinte e uma horas e trinta e sete minutos. E, principalmente, não escreve textos mal amanhado às três e picos da manhã.

Deitar tardíssimo, e tarde, e a más horas, erguer é a maxima do preguiçoso encartado que apenas está a perpetuar, o melhor que pode e deve, a bem da identidade noctívaga acérrima, o regime vespertino do tempo em que se sentava nas carteiras escolares pré-Magalhães. 


Ocupado o espírito com estes pensamentos tão pouco veneráveis, sou interpelado por um casal jovem que olha para mim como um par de náufragos que descobriu o seu sexta-feira. Estabelecido o contato visual, o meu  pouco musculado lobo frontal começa carborar a toda a velocidade para perceber que tipo de máquina esta parelha em apuros vai levar para casa.

Antes de iniciar a palestra sobre as vantagens do estabilizador óptico, olho de soslaio para o relógio. São dezanove horas e vinte minutos. Ainda faltam umas horitas até as doze badaladas me libertarem para mais uma noite de cóboiada na capital.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Quiz VI - Neste Entrudo a quem espetarias de bom grado um rechonchudo balão de água no cocuruto?


Perante a situação desesperada do pequeno rectângulo, ninguém parece estar para brincadeiras. E como é que sabemos isso? Se imaginarmos Sócrates a passear incauto por uma qualquer urbe lusa em acesa festa carnavaleira, é bem provável que o víssemos ensopado até à medula. Esta experiência de pensamento é sustentada pelos 57% de votos na opção 2 do 6º Quiz Nomoretakiano.

O segundo alvo com maior votação foi o autor do Livro Verde, Muammar Kadhafi. Os 28% de votos que arrecadou indicam que a malta, embora preocupada com o estado calamitoso do Estado, ainda consegue olhar com discernimento para a cena internacional e perceber que o tempo das filas para entrar na tenda está por um fio.

O grande derrotado foi Alberto João. A personificação do Entrudo madeirense ficou-se pelos 14%. Um resultado paupérrimo para a personagem política com maior dimensão burlesca nos últimos 30 anos da democracia portuguesa.

terça-feira, 15 de março de 2011

4ª MUDA


O projecto MUDA vai-se afimando com passo firme. Prova disso é a sua aposta na comercialização de um formato físico da revista pensado para estimular novos orgãos sensorias, e sobretudo, chegar até outros públicos.

Para além de um recheio farto em reportagens de espectáculos, mais ou menos alternativos no panorama português, a 4ª edição da MUDA traz uma entrevista a Rui Pregal da Cunha e um role interessante de propostas musicais e fotográficas.

A acompanhar.

Variações melódicas do modelo marshalliano

Ponto de Equilíbrio

Ter aulas numa faculdade construída em altura promove encontros académicos particulares. Consideremos um cruzamento do homo economicus com uma ária de Bach. Da miscigenação das ciências humanas saem crioulos mentais cheios de vitalidade, pelo menos é o que pensa o meu cérebro. Eu tento não contrariá-lo.
Se metermos ao barulho, o mais que provável, encontro com um texto de Leibniz, ficamos com o melhor dos mundos possíveis, dentro do melhor edifício possível. 

E cá estou eu, sentado, a usufruir de uma situação plena de aprendizagem. Navego no mar alto dos meios de produção, com curvas da oferta a bombordo e vibrações de ar disciplinadas pelo chicote do metrónomo a estibordo.

Embalado pelas representaçõs gráficas das elasticidades que os zés comuns fazem ao sabor do mercado, custa-me acreditar que haverá melhor forma de frequentar aulas de introdução à Economia. É que ao fundo, o compasso quaternário rompe em sustenidos que me fazem ferver o sangue. 

O professor deveria estar agradecido. Ensinar com orquestra é como fazer da plateia vítima indefesa do movimento encantatório de uma cobra capelo. A picada é mortal.

Ao fim de uma hora e meia a tentar descortinar a intensidade das variações nas quantidades procuradas ao som de um piano que lembra Chopin, finda o concerto que se assemelhou a uma aula.

terça-feira, 8 de março de 2011

Quiz VI - Neste Entrudo a quem espetarias de bom grado um rechonchudo balão de água no cocuruto?

Está olhando pá mim, cara?

Ah! Como adoro Quizzes temáticos! Como o Natal ainda vem longe, tão longe como o nosso décimo terceiro mês, valham-nos para nos alegrar os fulminantes, as bombinhas de mal cheiro, as máscaras do Freddy Krueger e os senhores peludos que uma vez por ano têm a felicidade dar corpo à suas fantasias mais secretas: calçar saltos altos e esborratar os lábios de vermelho.

Embalados por uma qualquer marcha brasileira - sim, a globalização tem destas coisas sui generis, como deixar o clima quentinho em terras de Vera Cruz e transferir a quase ausência de roupa para uma qualquer marcha lusa, como as meninas escanzeladas que desfilam ao frio e à chuva em Sesimbra tão bem exemplificam - passemos aos alvos dos nossos rechonchudos balões de água (atenção: qualquer outro líquido no interior do invólucro de plástico é da exclusiva responsabilidade dos intervenientes):

1.  Kadhafi - o homem que se esqueceu de pedir a demissão e clama que a Al-Qaeda anda por aí;

2. Zé Sócrates - o homem que vê um copo praticamente vazio a transbordar de água até ao topo;

3. Alberto João Jardim - o homem que fez de uma ilha atlântica um verdadeiro Entrudo em mar alto.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Mano a Mano VI - Tones on Tail + Leftfield

Este Mano a Mano termina com Original, o single que catapultou o lançamento de Leftism e a que Tony Halliday emprestou a voz. Bilhete para uma ida ao Top of the Pops, e à derradeira perda de um Mercury Prize para os Portishead.

terça-feira, 1 de março de 2011

Mano a Mano VI - Tones on Tail + Leftfield

Pop despede-se com uma peça ambiental na 7ª pista, Movement of Fear. Agarrada ao lençol, evoca o papão algures no roupeiro e aquele tentáculo que juro ter visto enrolar-se para debaixo da cama. Na manhã seguinte, apenas migalhas de Scooby Snacks testemunham o sucedido.