No More Takes: Variações melódicas do modelo marshalliano

terça-feira, 15 de março de 2011

Variações melódicas do modelo marshalliano

Ponto de Equilíbrio

Ter aulas numa faculdade construída em altura promove encontros académicos particulares. Consideremos um cruzamento do homo economicus com uma ária de Bach. Da miscigenação das ciências humanas saem crioulos mentais cheios de vitalidade, pelo menos é o que pensa o meu cérebro. Eu tento não contrariá-lo.
Se metermos ao barulho, o mais que provável, encontro com um texto de Leibniz, ficamos com o melhor dos mundos possíveis, dentro do melhor edifício possível. 

E cá estou eu, sentado, a usufruir de uma situação plena de aprendizagem. Navego no mar alto dos meios de produção, com curvas da oferta a bombordo e vibrações de ar disciplinadas pelo chicote do metrónomo a estibordo.

Embalado pelas representaçõs gráficas das elasticidades que os zés comuns fazem ao sabor do mercado, custa-me acreditar que haverá melhor forma de frequentar aulas de introdução à Economia. É que ao fundo, o compasso quaternário rompe em sustenidos que me fazem ferver o sangue. 

O professor deveria estar agradecido. Ensinar com orquestra é como fazer da plateia vítima indefesa do movimento encantatório de uma cobra capelo. A picada é mortal.

Ao fim de uma hora e meia a tentar descortinar a intensidade das variações nas quantidades procuradas ao som de um piano que lembra Chopin, finda o concerto que se assemelhou a uma aula.

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