No More Takes: janeiro 2015

sábado, 31 de janeiro de 2015

Finding Vivian Maier


Finding Vivian Maier está nomeado para o Óscar de melhor documentário. Não é de longe dos melhores documentários que foram feitos este ano. No entanto, interessa menos a nomeação do que lembrar a relevância da descoberta fenomenal de John Maloof, Ron Slattery e Randy Prow. No dia em que estes cavalheiros compraram num leilão alguns caixotes com negativos e gravações em 8mm ultrapassaram o limiar do mero coleccionismo: abriram caminho para toda uma obra por desvendar.

É um pouco como Pessoa e a sua arca.

Gosto de pensar que a obra é algo independente do autor. Ainda assim, é difícil não querer saber quem foi a pessoa que a construiu. Provavelmente, o mistério agudiza-se quando não há forma de questionar a pessoa, de chegar até ela. No caso de Maier, a ironia reside no facto de ser a fotografia - um mecanismo que ao mesmo tempo que finta a morte, imortalizando os momentos, acaba por os cristalizar como naturezas mortas - o meio privilegiado para chegar até à sua vida.

Para além da forma como Maier via o mundo, também é interessante pensar que era a prática da fotografia em si mesma, o flanar pela cidade, ver e disparar, que constituía a sua principal obsessão, mais do que imprimir ou publicar. Dá claramente a entender um modo de vida.

Teste #2


Teste #1


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Publicidade em 4 rodas



P'rós lados de Entrecampos pensam a publicidade em graaaaaaaaaaaaaaaaande mesmo com um budget reduzido.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

ANALCE: uma questão de branding



Um gajo vai lanchar e apanha à queima roupa com logos destes. O problema nem é tanto o boneco. O busílis reside no acrónimo da Associação que deixa a porta dos fundos aberta para medicação rectal administrada após um jantar bem regado com piri-piri.

Caro Presidente da ANALCE, caso passe por estas bandas sinta-se à vontade para me contactar. Vamos dar a volta à ANALCE e conferir-lhe a dignidade que merece.

É pro bono, não se apoquente. 

Viet Congs pós-punk


O Canadá nunca desilude. Bem, tirando a Avril Lavigne.

A minha moça



A minha moça é pequena, mas robusta. Cabe-me na mão.

O que lhe falta em tamanho, compensa em versatilidade. É esguia e elegante, rápida e silenciosa. Dou por mim, é lá está ela a não me deixar ficar mal.

É um leopardo, é um felino. A minha moça acompanha-me sempre. No bolso ou na mão.

A minha moça é minha.

É minha a minha moça.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Avulso: Deixa Morrer





Sentir não é mostrar / E dar não é sentir

O que penso sobre máquinas que pensam?



É uma questão que dá pano para mangas. Ainda por cima ontem vi o Jogo da Imitação e a coisa ainda está a fervilhar na minha cabeça.

Entretanto, aqui aparecem respostas muitas interessantes.


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

À 6ª oiço dEUS

com letra pequena.



Um dia destes ainda aprendo a coreografia do final do clip.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

domingo, 11 de janeiro de 2015

Satan said: Dance! E eu dancei




E dancei assim na passada 6ª no Incógnito na companhia da malta que se reuniu para festejar os 33. Pessoal ou virtualmente.




quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O elixir da eterna juventude



Na corrida contra o tempo somos todos perdedores. Mas o que interessa é o caminho.


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Ainda Murakami



Embora nada o fizesse prever, está a ser um início de ano murakamiano. Mas culpa é, em parte, do Digg Reader que traz diariamente à costa bomboms que alimentam as minhas obsessões.

Confissões de gula à parte, o novo site do Murakami é do melhor que tenho visto: envolvente, experimental, arrumado.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Um estranho caso de atenção selectiva


No dia em que acabo Auto-retrato do escritor enquanto corredor de fundo, choco com esta capa. O resto da história anda por aqui.

33



É uma capicua.

É o número atómico do arsénio.

A idade de Alexandre, o Grande.

A idade do outro magano do Novo Testamento.

Tem um érre logo a seguir aos tês.

É a soma de dois números primos.

Vem depois do 32 e antes do 34.

33.

Diga lá outra vez?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Contra-relógio



Algures li que contra-relógio é uma corrida em que é cronometrado o tempo que cada concorrente leva para fazer um 
determinado percurso.

Noutro sítio vi uma definição mais enxuta: corrida contra o tempo.

Entre a definição desportiva e a definição metafórica venha o diabo e escolha.

Agora não tenho tempo para escolher. 

Ai, vou chegar atrasado demais!

Tenho que correr para despachar mais uma cadeira.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Ouvir dEUS nos headphones


E para o ano que entra fica a promessa: No More Loud Music.

Não há coincidências



Veio parar-me às mãos o livro Auto-retrato do escritor enquanto escritor de fundo do Haruki Murakami.

Não sou particularmente fã do Murakami. Ainda não percebi bem porque. Acabei de teclar o ponto final que antecede esta frase e ainda continuo a tentar descortinar razões que me impedem de simpatizar com as suas narrativas.

Mas afinal que mal isso teria? Não saber porque que não se gosta? A essas questões já sei responder de caras: simpatizo com o senhor Murakami porque, tal como eu, corre. É tolo, não é? Gostar do que nos é próximo. Gostar por comparação. Gostar por familiaridade. Talvez não. Talvez seja só uma plataforma de entendimento possível. Tem que se começar por algum lado, nem que seja perceber que o outro corre com uns New Balance iguais aos nossos.

Ainda não acabei o livro. Falta pouco. É provável que o termine amanhã com muita pena que a leitura não se prolongue.

O livro não é ficcional. O senhor Murakami decidiu escrever sobre o acto de correr para poder fazer posteriormente um salto para a sua escrita e modo de vida. É inevitável que, uma e outra vez, sinta uma enorme afinidade com as suas descrições sobre alongamentos, dores nos músculos, respiração e suor a correr em bica pelo corpo. É o mesmo tipo de relação que se estabelece quando me cruzo com um corredor durante as minhas voltas. Há um sorriso sem dentes que cada um reconhece como aguenta, pá!

Tenho vários hábitos que acompanham a leitura. Não, não leio a última página. Leio sempre o livro todo. Leio os caracteres que estão na capa, na contra-capa, as introduções, os prefácios, os epitáfios, as citações marqueteiras que nos falam maravilhas dos livros (parto-me sempre a rir não só por causa da unanimidade sobre o livro em questão como de as mesmas entidades chegarem a consensos sobre o génio de mais de 454878789 autores) e leio sempre a ficha técnica do livro. Significa ter acesso ao BI do livro: de onde veio, quando viu pela primeira vez a luz do dia, quantas vezes regressou e qual o seu nome original.

O título original em inglês de Auto-retrato do escritor... é What I Talk About When I Talk About Running. Um claro piscar de olho a What We Talk About When We Talk About Love de Raymond Carver. De facto, Murakami tem vindo ao longo dos anos a traduzir para japonês a obra de Carver, de quem foi amigo. Sem Murakami é provável que a obra de Carver ainda não tivesse chegado ao Japão.

What We Talk About When We Talk About Love é um dos meus livros favoritos. Provavelmente não há coincidências.

Fotografar a Fé



É de um artigo do ano passado do New Yorker, mas não vem atrasado. As fotos de  Pawel Laczny sobre a peregrinação de Breslávia (até parece um nome retirado das viagens de Gulliver) até ao mosteiro de Jasna Góra dão que pensar: o que é isso de ter fé nos tempos que correm? E como se não bastasse, também fica no ar a questão sobre o que é fotografar algo que é privado.