No More Takes: maio 2011

terça-feira, 31 de maio de 2011

O Príncipe dos Sofás


Deixo-vos um delicioso review feito pela Icon à mais recente obra literária da cantora, "My Passion For Design". Um clássico intemporal, com lugar reservado na secção D(ada gu dadá) da prateleira de artes.

Ler Artigo

De escuras vibrações ao big O'


A dias do lançamento de uma coletânea conjunta de Joy Division e New Order, o The Observer apresenta um pequena selecção de capas icónicas criadas e comentadas por Peter Saville, terminando na face de TOTAL.

Ler Artigo

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mano a Mano XI - Simon & Garfunkel + Kings of Convenience



Para ver e ouvir He was My Brother, sétima faixa do alinhamento de Wednesday Morning, 3 A.M (1964), álbum de estreia da dupla Simon & Garfunkel.

Sortido de notícas da Internet



» LinkedIn tem falhas de segurança.
» Google abandona projecto de digitalização de jornais diários.
» Wikipédia quer candidatar-se a património mundial da UNESCO.
» Fórum e-G8 debate a Internet.
» WikiCiências quer ser instrumento de pesquisa credível.

Quiz X - Qual a canção ideal para o trio Passos, Portas e Sócrates?


Primeiro veio o tango. Vestidos a rigor e ao som do bandonéon, a coisa lá foi correndo com os passos encavalitados e com mais ou menos pisadela nos calos de parte a parte. Abafava-se a dor, mordia-se o lábio. Mas a dança estava condenada ao fracasso. Aliás, nenhum Piazzola do mundo conseguiria manter a parelha unida. Os arrufos instalaram-se, e entre gritos e tabefes, o par separou-se sem grande surpresa da audiência.

Entretanto, deu à costa uma apetecível beldade. É vê-los ir até ao balcão pagar imperiais.

Como o tango não pegou, qual acha que deve ser a canção a passar na jukebox desta embrulhada a três? Ora, as opções são:

1. A clássica, Bizarre Love Triangle (New Order)

2. A popular, Afinal havia outra (Mónica Sintra)

3. A carnal, My Girlfriend's Girlfriend (Type O Negative)

Mano a Mano XI - Simon & Garfunkel + Kings of Convenience



Arranque com Failure, quinta faixa de Quiet is the New Loud (2001) dos Kings of Convenience.

Mano a Mano XI - Simon & Garfunkel + Kings of Convenience


Depois de uma passagem pelo universo pós-punk e os seus derivados revivalistas, navegamos para águas mais calmas sobre o signo do duo. Juntamente com as guitarras acústicas afinadas e as melodias vocais no bolso, o 11º Mano a Mano traz dois álbuns de estreia separados por quase quatro décadas e um oceano.

Os norte-americanos Simon & Garfunkel fazem-se representar por Wednesday Morning, 3 A. M. (1964). O par de rapazes mais conhecido da Noruega, Kings of Convenience com Quiet is the New Loud (2001).

Quiz IX - Como estará Portugal daqui a uma década?



Os resultados do 9º Quiz nomoretakiano já estão disponíveis para apreciação. A opção que se sagrou vencedora foi a 2ª - o Plano Tecnológico implementado por Mariano Gago culminou na aventura lusa no espaço. A Diáspora portuguesa para Marte é uma realidade - averbando 66% do total dos votos.
Bem vistas as coisas, as aulas de história de Portugal dedicadas aos Descobrimentos continuam entranhadas no hipocampo dos eleitores, tanto assim é que a maioria dos votantes só vê um futuro para Portugal algures num planta vermelho distante. Vamos precisar de um Camões ciberpunk para cantar a glória da Nação. 

No segundo lugar, com uns simpáticos 33% ficou a 3ª opção - a tentativa de materializar o Jangada de Pedra
Ibérica correu para o torto: Espanha roeu a corda à última hora e Portugal é agora apenas uma ilha flutuante a meio caminho entre a Madeira e os EUA. 
Esta façanha deve-se provavelmente a um leitor lobo-antuniano entendiado (há pois, segundo posto com um único voto), que no intervalo da leitura de um dos vários itálicos do Sôbolos Rios Que Vão, não quis passar em branco o fracasso ficcionado da proposta literária do outro titã da literatura portuguesa. 

Uma coisa é certa: em 2021 a malta não quer ouvir falar de Sócrates.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Inteligência(s)

A notícia saiu no Público no dia 11 deste mês: o psicólogo Howard Gardner ganhou o Prémio Príncipe das Astúrias das Ciências Sociais 2001. Gardner é o teórico por detrás da teoria das inteligências múltiplas, apresentada em 1983.


A teoria conceptualiza a inteligência não como uma unidade monolítica, mas como habilidades cognitivas. São oito as habilidades propostas: linguística, lógico-matemática, corporal-cinestésica, musical, espacial, naturalista, intepessoal e intrapessoal.

Num claro afastamento em relação aos métodos quantitativos prevalecentes na tradição científica anglo-saxónica, Gardner enfatiza a integração no ambiente do comportamento inteligente das pessoas. Em convergência com esta visão, a sua teoria critica a avaliação da inteligência através de testes de QI.

O reconhecimento do contributo de Gardner para o debate sobre a inteligência tem o mérito de mostrar que existem questões em aberto neste domínio.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Contagem decrescente para The National



A menos de 24 horas para o concerto dos The National no Campo Pequeno, continuamos a contagem descrescente com All The Wine, faixa que faz parte do alinhamento de Alligator (2005). 

Mano a Mano X - The Sound + The Bravery



A 10ª edição do Mano a Mano termina com o videoclip de Unconditional a cargo dos The Bravery. O tema foi o terceiro e último single do álbum de estreia da banda, The Bravery, de 2005.

domingo, 22 de maio de 2011

Com os dentes de fora por uma boa causa



A campanha publicitária é brasileira, mas nós por cá já temos espalhados uns quantos outdoors, onde se sugere a associação sangue/vampiros/doação.

À boleia da saga Twilight de Stephenie Meyer ou da série True Blood, as campanhas publicitárias relativas à  doação de sangue tem procurado dirigir a sua mensagem para um público jovem, consumidor ávido desta nova cultura do sobrenatural.

Contagem decrescente para The National



A menos de 48 horas do concerto de The National no Campo Pequeno, prosseguimos a contagem decrescente marcada ao som das canções da banda.

No ar, Son, a quinta faixa do álbum de estreia homónimo de 2001 dos norte-americanos.

Mano a Mano X - The Sound + The Bravery




The Sound despede-se do 10º Mano a Mano com uma versão ao vivo de Silente Air. Foram os The Sound com o seu segundo longa duração, From The Lion's Mouth (1981).

Fotógrafos de A-Z


Quem quiser folhear Photographers A-Z, uma obra enciclopédica da autoria de Hans-Michael Koetzle sobre os fotógrafos que marcaram o século XX , pode aceder aqui.

sábado, 21 de maio de 2011

Contagem decrescente para The National



A contagem decrescente para o concerto de The National no próximo dia 24 de Maio no Campo Pequeno em Lisboa prossegue, desta feita ao som de Sugar Wife, tema retirado de Sad Songs for Dirty Lovers (2003).

ESAD celebra 20 anos em Lisboa


A Escola Superior de Artes e Design - ESAD - festeja 20 anos de existência com um exposição intitulada 90-10. A mostra está instalada no edifício da Somafre projectado por Luís Carrilho da Graça, no Pólo Tecnológico de Lisboa, em Carnide. Os interessados têm até este domingo para dar uma espreitadela no trabalho de 84 autores.

Recordo que a exposição teve uma primeira apresentação na galeria novaOgiva, em Óbidos. Os objectivos mantêm-se intactos para as duas apresentações: celebrar as duas décadas de existência da instituição caldense e dar a conhecer o trabalho de alunos e ex-alunos da casa.

A ESAD e as Caldas da Rainha têm sabido manter uma dinâmica artística interessante, que alarga o cardápio cultural nacional muito centralizado nos dois grandes pólos urbanos: Lisboa e Porto. Basta lembrar a iniciativa Caldas Late Night para perceber o fenómeno.

É dentro deste clima de simbiose entre urbe e academia que os alunos esadianos se têm movimentado.

Mano a Mano X - The Sound + The Bravery



Destemidos à proa, os membros de The Bravery tocam Fearless, o segundo single da carreira da banda retirado do álbum de estreia dos nova-iorquinos.

Contagem decrescente para The National

A poucos dias do regresso de Matt Berniger e dos dois pares de irmãos - Dessner e Devendorf - a Portugal para uma dose dupla de concertos no Coliseu do Porto (23.05) e no Campo Pequeno em Lisboa (24.05), fazemos a contagem descrescente até 24 de Maio com temas que percorrem a carreira da banda de Cincinnati.

Segue-se Wasp Nest, primeira faixa do EP Cherry Tree editado em 2004.



sexta-feira, 20 de maio de 2011

A Bíblia das Artes Visuais: A Psicologia das Cores


Se o título não deixa dúvidas quando à intenção de Eva Heller - construir um corpus de conhecimento para as cores fundamentado nos processos psicológicos -, já o subtítulo da obra - Como actuam as cores sobre os sentimentos e a razão - anuncia o natureza eminentemente prática da empreitada da autora, piscando assim o olho a todos os profissionais das Artes Visuais. É, sem dúvida, um manual de sobrevivência para todos aqueles visam provocar efeitos usando diferentes paletas cromáticas.

Oração de quarto em quarto




São do outro lado do Atlântico, mais concretamente de Curitiba. A Banda Mais Bonita da Cidade é um colectivo que se tem dedicado a reconstruir o cancioneiro da sua terra natal.

Em Oração, assistimos à passagem de testemunho de uma ideia musical simples. De assoalhada em assoalhada, a canção vai passando de instrumento em instrumento, de voz em voz até se reunir por completo no canto uníssono que se faz ouvir no espaço mais amplo da casa.

Via Jota Hemme Hesse.

Mano a Mano X - The Sound + The Bravery



O que vamos fazer? Recordar Sense of Purpose de The Sound. O tema que foi escohido em 1981 para ser o quarto single da carreira da banda, faz parte do alinhamento original de From The Lion's Mouth (1981).

Bing vai ter "Like" do Facebook


O selo de aprovação dos amigos vai passar a estar incluído, via botão "like", no motor de busca da Microsoft, Bing.

A integração da funcionalidade originária do Facebook visa aproveitar a informação vinculada pelo círculo social sobre produtos. A aposta é sustentada pelas pesquisas feitas sobre o infocom, como a explica a equipa do Bing: "90 por cento das pessoas procuram conselhos directamente da família ou amigos como parte do processo de decisão".

Não poderia haver melhor exemplo da aplicação das ideias defendidas por Eric Fisher, comentadas aqui ainda esta semana.

A notícia está disponível no Públlico.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Possiplex: a Autobiografia de Ted Nelson

Ted Nelson
Ted Nelson sempre foi uma mente inquieta. Há cinquenta anos atrás, enquanto ainda era estudante universitário,fervilhava com ideias sobre a possibilidade do computador se vir a tornar uma máquina literária. Através de um interface intuitivo e de uma rede de ligações conceptuais, navegar na imensidão dos documentos produzidos pela Humanidade seria uma tarefa bem mais fácil e gratificante.


A demanda por esta ideia varreu a face do globo.


Em 1960 Nelson aproxima-se do seu objectivo com a fundação do Projecto Xanadu. Estava em marcha o primeiro projecto baseado no hipertexto.


Mas parece que para o omnívoro do conhecimento, a implantação das suas ideias foi feita de forma totalmente errada. Esta visão desassombrada é partilhada em Possiplex (2010), a autobiografia de Ted Nelson. O livro dá-nos conta da luta do teórico pela construção de um mundo de informação interconectada e disponível para todos, onde arte, ciência e engenharia desempenham um papel crucial.


A crítica do livro feita por Mark Bernstein está disponível aqui.

Mano a Mano X - The Sound + The Bravery



A má qualidade da gravação é compensada pela transmissão da energia da banda em cima do palco. Falamos de The Sound a interpretarem ao vivo The Fire, a oitava faixa do alinhamento de From the Lion's Mouth(1981).

Design Social



Há uns tempos fiquei a saber onde se comem os melhores pastéis de nata de Lisboa. E não, não é em Belém. Para ter acesso a essa preciosa informação não comprei a Time Out, nem calcorrei as artérias da capital em busca do pastel perdido. Cingi-me a seguir a pista gastronómica dada por amigo que atravessa a Avenida de Berna com frequência. 


Mas não é de pastéis de que trata este post. Pelo menos directamente. A questão é saber em quem confio (para além do meu apurado paladar) para me influenciar nas minhas decisões consumistas.


Publicidade, marketing, media ou celebridades são as hipóteses mais citadas quando queremos saber o que nos influencia diariamente. OK, todas terão um valor na equação, mas nenhuma delas se compara aos pares. 


Eu confio a minha barriga aos meus amigos mais chegados. Porque razão não o haveria de fazer,  se eu gosto deles e eles gostam de mim? É o laço invisível da confiança que me faz dar um pulo a um Nepalês ali para as bandas do Martim Moniz.


O último artigo de Eric Fisher para a UX Magazine - revista dedicada ao design e tecnologia -  explora de forma descontraída os princípios subjacentes ao Design Social (descansem minha gente, não é uma área exotérica apologista do Design Inteligente).


A premissa de Fisher é bastante simples: os humanos são bichos gregários. Pese embora, todo o nosso aparato biológico, não vamos longe sem o resto da tribo. Os outros - amigos e família - são fonte de informações, aprendizagem e conforto. Esta união é forjada pela confiança.


Como nenhuma nova geração inventa tudo sozinha, temos que confiar no parceiro do lado para nos guiar até porto seguro e vice-versa. Provavelmente recomenda-nos a 2ª Circular àquela hora para chegar ao nosso destino. Ao dizê-lo está a relatar-nos a sua experiência com aquela estrada.


Assim, o Design Social nada mais é do que uma disciplina que procurar explicar como se desenrolam essas experiências e o modo como são comunicadas. Os seus três pilares são a identidade, o diálogo e a comunidade.De um modo concreto: nós (o self), os outros e as conversas que entabulamos.


É através do diálogo que a confiança é alimentada. As palavras que circulam num circuito bi-direcional são a moeda franca que permite às pessoas partilharem ideias, sentimentos e experiências. É deste caldo caótico que saem pistas para escolher uma coisa em detrimento de outra.


A massificação da Internet pode nos levar a pensar que trocamos as palavras pelas imagens. Afinal, as listas com informação factual sobre os produtos e serviços são o pão nosso de cada dia. Mas se o osso está lá, falta a carne, o nervo e emoção por detrás dos produtos. Eu não quero só um pastel de nata; quero o melhor pastel de nata, com zero incerteza associado (até parece que estou a comprar um carro..) e que já agora tenha uma história por detrás.


A parte curiosa desta história é que este processo é extensível ao mundo virtual. O que tem a sua lógica, já que nos é evidente a não necessidade de estar cara a cara com os amigos para sermos influenciados por eles.


É aqui que entra o Facebook. A frase definidora de A Rede Social realizado por David Fincher, é proferida por Jesse Eisenberg na pele de Zuckerberg. Assim de memória a coisa aproxima-se a:
O  Facebook tem que ver com transportar toda a experiência da faculdade para dentro do computador.

Bem, e o que é a experiência da faculdade? São as praxes, as festas, os mexericos, os trabalhos, as directas, as saídas, ou seja, tudo o que se desenrola dentro de um contexto social específico. A proeza de transportar esse ambiente para um plano virtual pertence por inteiro a Zuckerberg. Em vez de programar um mundo de raíz, limitou-se a correr em directo os princípios que norteiam as nossas relações sociais.
A par da visualização de perfis, colocação de novidades, há uma outra funcionalidade que contribui em decisivo para o sucesso do Facebook: o "like". É sabido do poderio da opção "like" para desencandear cascatas virais. Fisher tem uma explicação para isso a partir da sua grelha teórica: passamos a gostar de uma coisa se um amigo tiver manifestado o gosto por ela. É a confiança no amigo que nos faz gostar também da mesma coisa. E como cada amigo tem um amigo em comum...
Em resumo, Fisher acredita que para existir experiências sociais interessantes o diálogo entre comunidade e o self deve ser fundado em 3 elementos: uso de informação pessoal para construir uma experiência personalizada, a omnipotência das conversas e do contexto social e a facilitação da partilha e envolvimento entre pessoas.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Mano a Mano X - The Sound + The Bravery



Em escuta No Brakes, a segunda faixa do álbum de estreia de 2005 dos nova-iorquinos The Bravery.

Quiz IX - Como estará Portugal daqui a uma década?


O futuro é uma incógnita dentro das fronteias do rectângulo. Na linha de puro wishful thinking, o No More Take lança o repto semanal aos argonautas da blogosfera: o que sucederá a Portugal daqui a dez anos?

Adientemos as hipóteses:

1. Sócrates continua a chefiar o governo. Garante que é desta que o défice estabiliza nos 3%;

2. O Plano Tecnológico implementado por Mariano Gago culminou na aventura lusa no espaço. A diáspora portuguesa para Marte é uma realidade;

3. A tentativa de materializar a Jangada de Pedra ibérica correu para o torto: Espanha roeu a corda à última hora e Portugal é agora apenas uma ilha flutuante a meio caminho entre a Madeira e os EUA.

As urnas virtuais estão oficialmente abertas.

Adenda: a imagem original do Padrão dos Descobrimentos é da autoria de Lair Pinheiro e pode ser vista aqui.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mano a Mano X - The Sound + The Bravery



O primeiro avanço para o 10º Mano a Mano pertence à banda de Adrian Borland com Skeletons, quarta faixa de From The Lion's Mouth (1981)

O Gorila Invisível

Simons e a sua simpátia mascote
A Scientific American Mind de Maio/Junho dedica um artigo de seis páginas às 10 melhores ilusões ópticas de 2011.

Mas pergunto eu: quem nunca passou os olhos pela a imagem que representa uma moçoila a olhar para trás, que por artes mágicas se transforma numa anciã de perfil? As pessoas que passam por esta experiência ficam sempre assombradas pelo facto de o cérebro, a partir do mesmo estímulo, responder de forma diferente. Há qualquer coisa no estímulo que tende para a ambiguidade, e o nosso computador de bordo oscila entre as várias interpretações possíveis.

Estas tentativas de perceber como o cérebro resolve os problemas da Cognição Visual, têm um longo historial na Psicologia, nomeadamente na área cognitiva.

Como as ilusões nos fazem ver coisas que não existem na realidade, são uma poderosa fonte de insights sobre o funcionamento cerebral. Inicialmente, as ilusões clássicas socorriam-se de formas e linhas, mas o desenvolvimento de novas tecnologias - vídeo e computadores - permite engendrar ilusões com imagens em movimento. Sinal dos tempos, algumas das ilusões do Top 10 de 2010 eram animações, e podem ser vistas em acção aqui.

Esta área do conhecimento transformou-se numa plataforma ampla, partilhada por engenheiros de software, matemáticos, mágicos profissionais, designers gráficos, escultores e pintores. Em comum têm o fascínio pelo mapeamento das fronteiras da percepção humana. A sobreposição entre arte e ciência nunca foi tão grande: os cientistas estão a utilizar ferramentas do design gráfico para tornar as suas ilusões mais artísticas, enquanto os artistas procuram colher informação da neurociência da visão para os ajudar a expandir o impacto das suas criações.

Das ilusões que a revista aponta, há uma que sempre me fascinou. A primeira vez que ouvi falar dela foi numa aula de Fundamentos de Psicologia Cognitiva (um nome pomposo para Iniciação à Psicologia Cognitiva). O estarrecimento foi total.

A experiência foi levada a cabo em 1999 por Daniel J. Simons e Christopher F. Chabris. Vejamos como se desenrolou.

É pedido a dois grupos de participantes que observem uma gravação de outros dois grupos de pessoas que estão a jogar basquetebol entre si. Três dos jogadores vestem T-shirts pretas. Os outros três equipam de branco.

A tarefa dos participantes é bastante simples, resume-se a contar o número de passes feitos pelos jogadores que alinham de branco. O que poderia haver de mais simples?

A meio da experiência algo de inesperado acontece. Uma pessoa vestida de gorila passeia-se no campo do jogo, bate com os punhos no peito enquanto olha de frente para a câmara que gravou a jogatana. Após este espectáculo simiesco, sai de cena.

Agora vem a parte interessante. Quando os experimemtadores perguntam aos participantes se viram um gorila durante o jogo 50% diz que não.

Esta espectacular demonstração empírica tornou-se rapidamemente um clássico na pesquisa sobre os processos atencionais. O caso não é para menos. Os pesquisadores revelaram um exemplo paradigmático de enviesamento atencional, o fenómeno através do qual o nosso cérebro ignora informação que não é relevante para a tarefa corrente, neste caso contar passes.

Ou seja, aquilo que estamos a ver, não é a totalidade do que está a decorrer à frente dos nossos olhos. Há um afunilamento dos escassos recursos de que dispõe a nossa atenção, o que se traduz numa cegueira atencional. De uma forma curta e grossa: filtramos informação.

Ainda tenho presente o dia em que tive acesso a estes resultados. Num ápice, dei-me conta da nossa infinita propensão para o erro involuntário.

Mano a Mano X - The Sound + The Bravery


Mais de vinte anos separam os dois álbuns que esta semana o Mano a Mano traz para audição.

From the Lion's Mouth (1981) é o segundo álbum de The Sound, banda britânica enquadrada no pós-punk, espartilhada entre nomes como Joy Division, The Chameleons ou Echo & The Bunnymen.

O revivalismo pós-punk fica a carga dos norte-americanos The Bravery, representados pelo seu álbum homónimo editado em 2005. 

Quiz VIII - Em qual destes candidatos votará no próximo dia 5 de Junho?


Os resultados do 8º Quiz nomoretakiano revelam uma supresa do além. O grande favorito à vitória final - sim, Peter Parker vestido com um pijama vermelho e azul, acrobata por parte da aranha e geek dos sete costados - foi humilhado pelo versão descontraída de Dirty Harry. Nem a promessa de um beijo para indígena ver conseguiu salvar o Aranha de uma derrota ulrajante.

O pato mais avarento de que há memória lá arrecadou o segundo lugar, concerteza fruto da incansável labuta de Donald e Huguinho, Zezinho e Luisinho. Há relatos de entrega de panfletos ali para a zona do Marquês ao final da tarde. Os transeuntes só reparam que não era propaganda do Bloco quando deram conta de um grasnar histérico.

Se a vitória de Luke não merece reparos, uma questão paira no ar: será que esta orientação de voto é um sinal de que ansiamos por um sheriff, ainda que cool, para nos governar?

Mano a Mano IX: Sétima Legião + New Order



O Mano a Mano que pôs lado a lado Sétima Legião e New Order, encerra com os ritmos melancólicos de Blue Monday, a canção hino do começo de qualquer semana.

Este era o som de New Order no início da década de 80.

Mano a Mano IX: Sétima Legião + New Order



Os Heróis do Mar zarpam da 9ª edição do Mano a Mano ao som  de Navegar, a décima segunda faixa de Sete Mares (1987).

MUDA #005


A revista bimestral que promete mudar o panorama cultural da rede já se encontra online. Aceda aqui.

Marketing Case Study


Uma das marcas autóctones mais enfadonhas do mercado aliou-se ao alvo mais acarinhado das andedotas lusas do momento. Nesta situação win-win, a marca atrai atenção enquanto Futre, igual a si mesmo, transforma o risível em algo potencialmente lucrativo.

Estou curioso sobre a eficácia da campanha publicitária.

Encontros de Fotografia de Bamako na Gulbenkian



A Gulbenkian acolhe a maior exposição de fotografia africana alguma vez mostrada em Portugal, que reúne cerca de 180 fotografias e vídeos. A mostra pode ser vista a partir de amanhã até dia 28 de Agosto, na sede da Fundação.

53 fotógrafos, entre os quais 10 mulheres,
 oriundos de 23 países,  estão representandos. A exposição incide sobre diferentes vertentes dos países africanos, passando em revista temas como a política ou a discriminação social, assim como a alegria africana.

domingo, 15 de maio de 2011

Mano a Mano IX: Sétima Legião + New Order



New Order ao vivo em 1983 a tocarem Your Silent Face, o sexto tema do alinhamento de Power, Corruption & Lies (1983).

Mano a Mano IX: Sétima Legião + New Order



Madrugada adentro seguimos com Sete Mares, tema que empresta o nome ao quarto álbum dos Sétima Legião.

sábado, 14 de maio de 2011

World Press Photo 2011 em Lisboa


O Word Press Photo já está na urbe. Assentou arraiais no Museu da Electricidade e por lá ficará até 22 de Maio.

Este foi um ano especialmente concorrido, com cerca de 100 000 imagens submetidas a concurso. A imagem que ganhou a máxima distinção do certame foi tirada pela fotógrafa sul-africana Jodi Bieber. Bibi Aisha, uma jovem afegã mutilada de 18 anos, posou para a objectiva de Bieber. Este retrato que tem tanto de estóico como de trágico, serve de porta de entrada para a história de Aisha e a cultura afegã.

É uma excelente oportunidade para ver as imagens captadas por fotógrafos de 125 nacionalidades que procuraram registar o que se passou no globo.

Estoril Jazz 2011


O mais emblemático festival de Jazz do país está de volta. Entre 27 de Maio e 5 de Junho, nomes como Joe Lovano, Mário Laginha ou Jack Walrath marcam presença no Auditório do Casino Estoril.

O Estoril Jazz já vai na sua 30ª edição.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Mano a Mano IX - Sétima Legião + New Order



Em escuta a mantra electrónica de 586, tema de Power Corruption & Lies (1983), o segundo álbum de estúdio de New Order.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Mano a Mano IX - Sétima Legião + New Order



No ar, Sétima Legião a interpretar Por Quem Não Esqueci, segunda faixa de Sete Mares (1987) . 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mano a Mano IX - Sétima Legião + New Order



Em escuta New Order ao vivo em Toronto a tocar We All Stand, faixa que faz parte do alinhamento de Power, Corruption & Lies (1983).

Regresso até 1985.

Mano a Mano IX: Sétima Legião + New Order



O arranque pertence aos que jogam em casa. Em escuta Noutro Lugar, terceira faixa de Sete Mares (1987).

Os Sétima Legião em finais de oitenta.

Mano a Mano IX: Sétima Legião + New Order


O Mano a Mano desta semana tem dupla nacionalidade. A 9ª edição cruza os sons electro-celtas dos Sétima Legião com os ritmos e sintetizadores dos New Order.

A Sétima Legião é representada por Sete Mares (1987), enquanto os New Order apresentam-se com Power, Corruption & Lies (1983).

domingo, 8 de maio de 2011

Quiz VIII - Em qual destes candidatos votará no próximo dia 5 de Junho?

Painel dos candidatos
Sócrates, Passos, Louça, Jerónimo e Portas. Cinco nomes, cinco partidos que concorrem às próximas eleições legislativas. Cinco políticos, cujas propostas mais ou menos megalómanas chocam de frente com a necessidade de implementar com o rigor o programa do FMI.

A juntar à desconfiança nos políticos, a situação actual é próxima ao painel central das Tentação de Santo Antão de Bosch. A dívida, a falta de credibilidade portuguesa perante os mercados, o plano draconiano que se abaterá sobre as cabeças lusas e a incerteza sobre o futuro da nação, deixam a malta autóctone à beira de um ataque de nervos. Com um pé suspenso sobre o precipício, todos rezamos  para que o vento não sopre (ou que ninguém nos empurre).

Perante o estado calamitoso do regime, cada português é chamado não só a votar, como a se metamorfosear num qualquer Super-Herói das suas finanças privadas. Portanto, para grandes problemas, grandes soluções.

Em convergência com a máxima, o No More Takes propõe que o estatuto de Super-Herói seja um requisito no perfil do candidato a Primeiro Ministro de Portugal.

Ora vejamos as candidatos e algumas das suas propostas:

1. Homem-Aranha: compromete-se a suster o Estado Social com as suas poderosas teias, a fazer um espectáculo mensal de acrobacia nas pontes sobre o Tejo para angariar uns trocos e a dar uma beijoca na Mary Jane na janela de São Bento na tomada de posse;

2. Tio Patinhas: compromete-se a deserdar o Donald, a polir 3 vezes por dia a Moedinha nº 1 e a privatizar mais do que o PSD alguma vez tenha sonhado;

3. Lucky Luck: compromete-se a vestir um fato Cortefiel para se apresentar no debate quinzenal na Assembleia da República, a não disparar mais rapidamente do que a sua própria sombra sempre que a oposição lhe faça uma pergunta mais arrojada e a patrulhar Portugal de lés a lés para que o jardim à beira mar plantado não se torne um Faroeste.

As urnas virtuais estão abertas.