No More Takes: fevereiro 2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Mano a Mano VI - Tones on Tail + Leftfield

A semana começa com Open Up, single que precede Leftism em 2 anos, lançado a Novembro de 93'. A vocalização esganiçada está a cargo de John Lydon (Sex Pistols/PIL), e a mediatização geek-friendly foi facilitada pelo filme Hackers em 95'.
A 10ª pista de Leftism:

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mano a Mano VI - Tones on Tail + Leftfield

Com a próxima música os Tones On Tail fazem o seu ataque à synth-pop. O ano é 84' e ritmos electro com uma atitude industrial fazem mexer o canto da malta de preto, espigando os seus penteados delicados. Performance.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Mano a Mano VI - Tones on Tail + Leftfield

A apresentação do Leftism começa com Song of Life, completamente reescrita de um single lançado anos antes com o mesmo nome. Este redux mergulha chicotada pulsante da Cut for Life em ingredientes cítricos, fazendo-se introduzir pelas paisagens dub e etéreas da Fanfarre of Life.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Mano a Mano VI - Tones on Tail + Leftfield

E o Mano a Mano começa com Lions, a primeira pista e segundo single de Pop.

Mano a Mano VI - Tones on Tail + Leftfield

Este Mano a Mano é errado. Chega tarde, descomposto, e partiu 2 dentes da 1-2-3. Apresento esta semana dois álbuns que ligam tão bem como ovos e amendoins:
Tones On Tail - Pop (84') e Leftfield - Leftism (95').

O primeiro surge entalado entre Bauhaus e Love & Rockets, já desprovidos de Peter Murphy o trio continuou a desafiar géneros e etiquetas no que seria o primeiro e único álbum deste projecto de Daniel Ash. Tornaram-se então num dos produtos mais divergentes e efémeros do rock gótico e do post-punk. Guitarras estridentes, colagens dadaístas e atmosferas dub vindas de quatro cordas caracterizam este álbum.

O segundo, e uma década depois, é também o primeiro álbum da banda formada por Neil Barnes e Paul Daley, somando trabalhos que remontam já a 90'. Sem excepção a serem excepção, foram uma das bandas mais influentes da nova música de dança inglesa no início da década, sofrendo etiquetas como IDM, post-techno, este duo fez uma união única entre dub, techno e raeggae.

E o que sobra em comum para um Mano a Mano? Atmosferas escuras, guitarras e synths estridentes, baixos com pesadas influências de dub - e claro, um piscar de olhos à synthpop e à pista de dança nos principais singles de ambos os discos.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Jesus de Cash

Quanto a mudança de registo de uma canção é bem sucedida, há algo de mágico que se opera na mente do ouvinte. Perante o espanto que a nova roupagem do tema nos provoca, pequenos beliscões de familiaridade recordam-nos do original. Assim, pé ante pé, ocorre a sobreposição das duas versões, até conseguirmos ouvir ambas em uníssono.

Apesar da inexorável passagem do tempo, Cash ainda tem forças para dar voz e corpo aos versos dos Depeche Mode de um modo que transfigura o original. Nesta abordagem comedida, grave, quase elegíaca, o cantautor norte-americano parece exorcizar os demónios do passado na companhia da sua divindade pessoal: a música.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Quiz V - No dia de S. Valentim, onde gostaria que a sua cara metade o levasse a passear?


Quem disse que a malta não gosta de política? A avaliar pelos resultados do quinto Quiz do No More Takes, pode-se inferir com alguma segurança que a Assembleia da República é um espaço que consegue atrair casais apaixonados. Os 50% dos votos que a opção 3 - À Assembleia da República porque consta que o número artístico do Bloco de Esquerda é de rir e chorar por mais - conseguiu reunir, revelam claramente que Louça atingiu o seu desiderato com a sua infantilidade premeditada, ups! moção de censura: atenção mediática.

Coisa comum na história dos quiz nomoretakianos é o empate. A 5ª edição confirma esta tendência, já que a opção 1 e 2 repartem igualitariamente os 50% que restavam em jogo. Perante este equilíbrio intenso, até consigo ver o sangue da refrega pelo segundo degrau mais alto do pódio. Uma coisa é certa, houve tantos transmontanos saudosos de uma bela alheira cozinhada em terras para lá do Marão, como intrépidos casais desejosos de ver a actualidade transformar-se em história.

Mano a Mano V - Depeche Mode + Ladytron

O Mano a Mano referente à semana passada termina com o clássico Enjoy The Silence, o tema definidor do ADN sonoro dos Depeche Mode durante a década de 90. Sem mais palavras, fica em escuta e visualização o segundo single de Violator.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mano a Mano V - Depeche Mode + Ladytron

Para ver e ouvir o teledisco de Runaway, quarta faixa de Velocifero. Este era o som dos Ladytron em 2008 atravessado por linhas negras em fuga.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Mano a Mano V - Depeche Mode + Ladytron

Para ver e ouvir Personal Jesus, o primeiro single de Violator (1990). Um teledisco com botas, esporas, cavalos, cowboys e luxúria. Eram os Depeche Mode a redefinir a relação homem-Deus nos idos noventas.

Reações a King of Limbs


É sempre assim quando falamos de novidades protagonizadas pelos Radiohead. Quando os cinco rapazes lançam um disco novo para o mundo, as reações de amor e ódio não se fazem esperar. O Twitter só agudiza o síndrome.

Outros cruzamentos: Ramón y Cajal

Desenho do colículo superior de um pardal da autoria de Ramón y Cajal
Ainda a propósito de Rob Kesseler e das suas imagens do mundo natural, há um pedaço da história da ciência que reforça a ligação entre métodos de imagem e a construção teórica.

O jovem Santiago Rámon y Cajal queria ser artista, mas o pai Justo, professor de Anatomia na Universidade de Saragoça, tinha outros planos para ele. Não frustando as expectativas do pai, segue as suas pisadas e licencia-se em Medicina em 1873 em Saragoça. Dois anos depois torna-se assistente da Faculdade.

Rámon y Cajal ficará para a história como o vencedor do Prémio Nobel da Medicina (ou se preferirem de Fisiologia) em 1906. Aliás, nesse ano o prémio foi repartido. Um outro gigante da ciência foi também agraciado. O seu nome é Camillo Golgi.

Nos anos que precederam a atribuição do prémio, as duas personalidades tiveram um intenso debate científico sobre a estrutura do sistema nervoso. Cajal defendeu uma posição descontínua da estrutura do sistema nervoso, cuja unidade funcional seria o neurónio. Já Golgi era partidário de uma teoria reticularista que pressuponha uma teia que interligava o tecido nervoso, à semelhança das células do sistema circulatório.

Golgi utilizou uma técnica por ele inventada - método de Golgi ou por solução de cromato de prata - para alicerçar a sua posição. Graças a essa técnica conseguiu escurecer as células nervosas, o que constituiu um passo decisivo para compreender a estrutura do neurónio. Ironicamente, Cajal, utilizando a mesma técnica viu outra coisa. Viu que a unidade funcional do sistema nervoso é o neurónio. Mas não se ficou por aqui. Defendeu que a comunicação entre neurónios se fazia por intermédio de uma ligação especial: a sinapse.

O impasse só foi solucionado, a favor de Cajal, com a invenção da microcopia electrónica e a descoberta da membrana plasmática que delimita as células nervosas.

Pelo meio da pesquisa dos alicerces da estrutura cerebral, Cajal usou as suas habilidades de desenhador para registar o mundo neurológico que ia observando. Afinal a troca dos lápis pelo bisturi não foi permanente. 

Os cruzamentos de Rob Kesseler

Fotografia e coloração de pollen de tulipa feita por Rob Kesseler e Wolfgang Stuppy 


O Público publicou uma entrevista com Rob Kesseler, um professor de cerâmica em Londres no Central Saint Martins College of Art and Design, que nos deixa a pensar sobre as fronteiras do conhecimento e da sua representação. 


Nos últimos meses, Kessler tem passado bastante tempo em Portugal. Tendo em conta os conteúdos que lecciona em terras de Sua Majestade, poderíamos ser levados a crer que estaria a passar uma temporada na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Mas não. A convite da Fundação Gulbenkian, tem desenvolvido um trabalho em colaboração com os cientistas do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC).


Dentro deste quadro de cruzamento de saberes, apresentou ontem, dia 17, num colóquio internacional sobre Imagens na Ciência e na Arte, a decorrer na Fundação Gulbenkian em Lisboa e organizada pelo Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, uma parte do trabalho que realizou em Portugal.
O núcleo duro da apresentação consitiu  numa instalação que incluiu pratos de cerâmica feitos com base nas suas imagens vegetais, em colaboração com a Vista Alegre.


O que torna o trabalho de Kesseler é interessante é a sua natureza fronteiriça. Nas palavras do próprio: o meu trabalho tem a ver com partilha de saber e com diversas maneiras de olhar para o mesmo material. Fazendo eco destas palavras, no Reino Unido colabora de perto com os cientistas dos Jardins Botânicos Reais de Kew e já publicou alguns livros sobre as imagens e a ciência do mundo vegetal visto ao microscópio.


Ao usar ferramentas quotidianas dos cientistas -  como a  microscopia electrónica de varrimento (scanning electron microspcopy ou SEM), que permite obter imagens 3D muito detalhadas da superfície de objectos microscópicos] ou microscopia confocal (uma técnica particular de microscopia óptica) -, Kesseler vai tentando captar imagens do mundo natural. Melhor, criar imagens que realçam a beleza dos fenómenos naturais. Embora consciente da natureza própria do seu trabalho e das diferenças em relação ao mundo científico, afirma que os seus: objectivos e os dos cientistas são muito diferentes, mas sobrepõem-se: estamos a abordar o mesmo material de direcções diferentes. Porém, somos avaliados de forma muito diferente. O trabalho científico funda-se totalmente na avaliação pelos pares; no mundo da arte é muito mais vago, pode depender do capricho de um crítico - com quem nem temos de estar forçosamente de acordo. 

No intercâmbio destas duas formas de compreensão da realidade, há duas questões relacionadas que emergem: o estatuto da imagem e a representação do real. É certo que o trabalho científico é completamente distinto do artístico. O cientista elabora teorias que se desmultiplicam em hipóteses, que por sua vez são submetidas ao teste empírico. Não haverá teorias certas ou erradas, apenas teorias úteis porque explicam mais factos, produzem mais hipóteses e são mais parcimoniosas. A realidade continuará sempre lá fora, mas se a nossa hipótese resistir aos sucessivos testes, o mundo fica um pouco mais inteligível
Já a arte relaciona-se com o mundo de uma forma diferente. O propósito do artista é transcender a realidade, ou melhor, transfigurar um aspecto do real para provocar um efeito no espectador. 
Mas, e quanto usamos imagens - fotografias, desenhos, ilustrações - para procurar dar apoio a uma explicação científica do mundo? Kesseler, ao ser questionado sobre os processo de criação artística e científica, tem uma resposta peremptória para a discussão desses dois assuntos. Passo a transcrever: 
uma das minhas preocupações, quando comecei a fazer microscopia electrónica de varrimento (SEM) e a colorir as imagens, era a questão de estar a modificar a natureza. Até que ponto é que o podia fazer? Mas depois pensei que, afinal de contas, os cientistas também alteram a natureza para produzir os espécimes que querem nas condições que querem. E, no fundo, eu alterava-os menos: com o pólen, por exemplo, costumo usá-lo fresco, directamente saído da planta. Por vezes fica perfeito, por vezes fica achatado de uma maneira interessante. 

Mano a Mano V - Depeche Mode + Ladytron

No ar Season of Illusions, quinta faixa de Velocifero (2008), o quarto álbum dos Ladytron.

Radiohead lançam Lotus Flower

Chama-se Lotus Flower e é o primeiro avanço para King of Limbs, o último álbum dos Radiohead. No teledisco filmado a preto e branco, vê-se  apenas Yorke a dançar de forma sui generis ao som de batidas descarnadas de guitarras, que fazem recordar o binómio Kid A/The Eraser só que num registo bastante mais luminoso.

Embora o último longo registo da banda britânica só seja lançado em formato físico em Maio, o download pago do disco estará disponível já este Sábado, dia 19.


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Mano a Mano V - Depeche Mode + Ladytron

No ar World in My Eyes, o quarto e último single de Violator. Estas eram as linhas musicais dos Depecehe Mode no início dos noventas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mano a Mano V - Depeche Mode + Ladytron

Quem levanta a âncora são os Depeche Mode com Policy of Truth, o terceiro single de Violator (1990). 

Mano a Mano V - Depeche Mode + Ladytron

O Mano a Mano desta semana navega por águas electrónicas. Durante esta rota visitaremos dois cais separados por dezoito anos: Violator (1990), sétimo álbum de Depeche Mode e Velocifero, o quarto longo registo de Ladytron. Venham as canções.


As Ilusões do Amor

Scientific American Mind  de Janeiro/Fevereiro traz um artigo dedicado a ilusões ópticas. Isso por si só não trás qualquer surpresa ao mundo. A percepção visual é um dos ramos da Psicologia que tem vindo a descortinar o modo como o nosso cérebro processa a informação visual. Dito isto, faz todo o sentido a inclusão de um artigo sobre as rasteiras que o nosso cérebro nos prega enquanto olha para o mundo lá fora, numa revista que tenta sumariar o estado da arte da ciência da mente. A piada surge quando as ilusões visuais apresentam os símbolos clássicos do romantismo. Escolhi três dessas figuras.  


Se atentarmos no centro da imagem acontece algo curioso. Ora vemos um botão de rosa, ora vemos um casal abraçado, ou seja, há uma impossibilidade ver as duas coisas em simultâneo. Ao tentar resolver a ambiguidade da figura o nosso cérebro escolhe uma das duas interpretações possíveis.


A imagem em cima é um ambigrama, isto é, uma construção tipográfica que pode ser lida a partir de dois pontos de vista diferentes. A palavra composta por "ambíguo" e "anagrama", foi cunhada por Judith Bagai, editora de The Enigma, o jornal oficial da National Puzzlers' League. Neste caso, constatamos que "love" e "amor" são os dois lados do mesmo objecto ambíguo.


Ao olhar para a figura damos logo de caras com um coração. Mas o coração não está lá. Este é um dos exemplos mais poderosos do poder das ilusões ópticas, que não passam de uma não correspondência entre a realidade e a percepção.
Aqui, é a existência de um contorno que nos dá a ilusão do coração trespassado pela seta. Mas como o contorno não está lá, podemos concluir que quando a informação é escassa o nosso cérebro trata de preencher o que está em falta. Rudiger von der Heydt e os seus colegas do Hospital Universitário de Zurique na Suiça, demonstraram que estes contornos ilusórios são processados por uma área cerebral dedicada à visão denominada por V2.

Afinal de contas, quem disse que para ver a realidade basta apenas abrir os olhos?

Can We Start Again






O último acto romântico desde 1982.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Quiz V - No dia de S. Valentim, onde gostaria que a sua cara metade o levasse a passear?

O São Valentim português
Após um intervalo de uma semana, o Quiz semanal do No More Takes regressa fresquinho como uma alface acabada de colher da horta do ti Manel. E quais são as propostas a votação nesta semana que se avizinha? Como o amor está no ar - dizem-me as vitrines das papelarias por onde passo antes de chegar até ao café cá do bairro - a pergunta do quinto Quiz mete ao barulho S. Valentim e destinos paradisíacos.
Ora vejamos: no dia de S. Valentim, onde gostaria que a sua cara metade o levasse a passear?
As hipóteses são:

1. Ao museu do Cairo para ver a sua mais recente atracção: a múmia de Hosni Mubarak;

2. A Barbadães-de-Cima em Vila Pouca de Aguiar, porque as chouriças de Trás-os-Montes têm outro encanto;

3. À Assembleia de República porque consta que o número artístico do Bloco de Esquerda é de rir e chorar por mais.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Gérard Castello-Lopes - 1925-2011

Fotografia de Gérard Castello-Lopes

Gérard Castello-Lopes - 1925-2011

Susana Campo, "Regard". Un certain Gérard, 2001

Morreu este sábado em Paris Gérard Castello-Lopes, fotógrafo e distribuidor de cinema. Contava 85 anos. O fotógrafo nasceu em Vichy em 1925 e formou-se em Economia no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras.
Em 1955, ao mesmo tempo que tira um curso de escafandrismo em França, começa a registar fotograficamente o fundo do mar. Do registo do universo marinho para o terreste foi um passo. A sua formação fotográfica ficou marcada pelo autodidactismo, socorrendo-se de revistas estrangeiras da especialidade.
A sua obra tem dois períodos separados por um longo interregno: a primeira fase desenrola-se na década de 50, já a segunda decorre nos oitentas. Para além da actividade propriamente dita, dedicou-se à crítica fotográfica, chegando mesmo a publicar pela Assírio & Alvim um livro intitulado Reflexões sobre Fotografia Eu, A Fotografia, Os Outros.
Nesse volume de 2004, Castello-Lopes escreve o seguinte sobre o estatuto do fotógrafo:

(...) entendo que um fotógrado idóneo pode fotografar tudo o que for coerente com o seu estatuto. Porque, ao fim e ao cabo, a autoridade final sobre o que é moralmente lícito fotografar, é do próprio fotógrafo. Não é fotógrafo quem quer; o ofício de representar o mundo exige uma forma de austeridade e de rigor justificativa da "transgressão" que constitui, na sua essência, o acto de representar. Representar é da ordem do transcendente, o que confere à fotografia o estatuto dum sacerdócio. O fotógrafo deve estar sempre acima de qualquer suspeita. Parafraseando o velho aforismo: em fotografia o que parece é, mas este parecer e este ser reflectem menos o teor da imagem em causa do que o recato, a humildade e o rigor de quem a registou.
Quem tiver interesse em conhecer um pouco melhor a obra e o percurso de Castello-Lopes, pode fazê-lo clicando aqui ou  aqui.

Man@ @ Man@ IV - All About Eve + Asobi Seksu

E chegamos ao fim deste Mana a Mana que aos grumos misturou pop já ida com a sofisticação do shoegaze, estalando um blender de plástico laranja já desbotado.
Despeço-me com o primeiro single de Citrus: Thursday lançado no Verão de 2007.

World Press Photo 2011

Bibi Aisha por Jodi Bieber

A fotografia vencedora do World Press Photo 2011 foi captada por Jodi Bieber.  Foi com o retrato de uma jovem mulher afegã, Bibi Aisha, que a fotógrafa sul-africana arrecadou o galardão. A fotografia que fez capa da Time em 9 de Agosto do ano passado, mostra o rosto de uma mulher mutilado após um veredicto cruel de um comandante Taliban. Um dos membros do júri, Adain Sullivan, afirma que esta imagem levantou as questões mais importantes na audiência: Porquê? Como é que aconteceu? Como foi possível este acto?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Man@ @ Man@ IV - All About Eve + Asobi Seksu

Apanhada a boleia do DeLorean, e após um arranque fumegante que arrastou pedaços do Loveless no vidro da frente, vamos ao encontro de Strawberries - o segundo single de Citrus lançado no final de 2007.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Man@ @ Man@ IV - All About Eve + Asobi Seksu

À distância de 14 anos, e já ecoando influências dum new york rock agridoce segue-se Strings, a quinta faixa de Citrus.

Workshop Cinema Super 8


De 21 de Março a 1 de Abril, irá decorrer na Sociedade Musical Ordem e Progresso, um workshop introdutório ao universo Super 8.

Mais informações aqui.

Man@ @ Man@ IV - All About Eve + Asobi Seksu

Inauguro a pena digital com um politicamente correcto Mana a Mana. A música que trago esta semana fez-se separar por um oceano, uma aparente barreira linguística e o heyday do Shoegaze que se intromete entre as duas gerações de dream-pop representadas.
A escolha caiu em Ultraviolet de All About Eve (1992), e Citrus de Asobi Seksu (2006). Segue-se a pista de abertura de Ultraviolet - Phased.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Queer Lisboa 15 em formato 10x15


No verso pode ler-se:

Queer Lisboa 15

Lisbon Gay and Lesbian Film Festival
16th to the 24th September 2011
Cinema São Jorge, Lisboa, Portugal

Call for entries now open!
Deadline: 31th May 2011
Download the entry form at queerlisboa

Competition Section for Best Feature Film

Competition Section for Best Documentary

Competition Section for Best Short Film / Audience Award

Non-Competition
15 Years of Queer Lisboa Special Programme Panorama, Queer Art, Queer Pop, Hard Nights, Special Screenings, Retrospectives

+ Queer Market, Guests, Parties and much more...

Organized by:                        
Associação Cultural Janela Indiscreta
Apartado 30036,
Estação Correios Necessidades,
351-901 Lisboa, Portugal

ZDB em formato 10x15


No verso pode ler-se:

ZDB - Fevereiro 2011

Programação em ZDB

Galeria Zé dos Bois - Rua da Barroca 59 - Bairro Alto reservas@zedosbois.org - tel 213 430 205

Quiz IV - Que bomba gostaria de ver publicada no Wikileaks?

A avaliar pelos resultados do último Quiz, Fernando Nobre e a seu estilo retórico kamikaze, deixaram marcas significativas no imaginário colectivo português. Isto porque, a opção 2 - Fernando Nobre vai candidatar-se à presidência do Sporting, porque melhor do que um tiro na cabeça, só dois tiros na chacimónia - angariou 60% dos votos no quarto Quiz intitulado Que bomba gostaria de ver publicada no Wikileaks? Resta saber se os votantes foram sportinguistas sequiosos por um presidente narcisista à moda do Porto, ou benfiquistas que querem continuar a ver os arqui-rivais da 2ª circular a chapinhar numa poça de sangue. Seguindo esta linha de raciocínio, um voto em Nobre é equivalente a uma garantia de insucusso. Não vá Paulo Sérgio se cansar de ser sovado.


As hipotéticas informações da origem de Coelho não garantiram o acesso do madeirense ao poleiro. Apesar do segundo lugar com 40% do total dos votos, o candidato às últimas presidenciais conseguiu uma nova proeza digna de registo: relegar Ágata para um medíocre resultado. A outrora proclamada Rainha do Pimba, nem um voto obteve. Longe vão os tempos que o perfume de mulher encantava Portugal. 

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Mano a Mano III - The Smiths + Blur



No ar, There Is a Light That Never Goes Out,  nono tema de The Queen is Dead (1986), o terceiro álbum dos The Smiths. 

Com a bênção dos céus sopram cornetas de júbilo (ou as festas de S. Brás)


Quem pensa que a vitalidade de uma terra se avalia por indicadores económicos, está não só equivocado, como desatento em relação à realidade social da área metropolitana de Lisboa. A pujança de uma qualquer terriola  vê-se na preservação dos costumes foliões.

Em S. Brás, a festa do padroeiro é a mesma deste que me conheço. O anacronismo não é encarado como algo de insano, a julgar pelas conversas de café soltas no ar. O júbilo da repetição merece aprovação generalizada. Ano após ano, os cartazes em tons desbotados de vermelho repetem-se com as mesmas atracções. O próprio processo de metamorfose urbanística que se regista nesta época do ano, causa pouco ou nenhum espanto a quem vive por aqui. Ao som de uma mantra burlesca e estridente, os prédios de cores insípidas perdem altura, dando lugar a um complexo aldeão redesenhado pela soma das proveniências originais dos habitantes locais. A pequenez de Portugal não se mede pelos metros quadrados que tem o seu território, mas pelo eterno retorno dos seus costumes.
Há quinze anos atrás, o fim-de-semana das festas era motivo de violento conflito interior. Das duas uma: ou ficava barricado em casa a tentar distrair-me do tumulto e do cheiro a farturas, ou juntava-me a mais três compinhas para sentir o pulso ao arraial. Ganhava a curiosidade.

Nenhum de nós estava realmente interessado em ouvir o conjunto Sol&Dó (com um repertório de músicas em sol e dó) que tocava num estrado montado bem no centro do ringue da escola primária. O que nos motivava a entrar na toca do lobo não era o perfume dos couratos.

A aproximação a um alvo perigoso fazia-se por um circuito clássico. Encontro marcado nas escadas da minha rua, duas voltas ao quarteirão limítrofe ao arraial, compra de sumos na barraca mais distante do epicentro musical, e por fim, o estacionamento junto às grades exteriores da escola primária. Montada a emboscada resta a espera paciente do caçador.

No período pré-digital só havia duas formas de saber o paradeiro das pessoas: através do boca-a-boca ou em directo. E como a curiosidade tinha saído vencedora, em directo víamos as miúdas que durante o resto do ano andavam sabe-se lá onde.

Não há nada mais parecido a uma guerra de trincheiras do que a partilha do mesmo espaço por uma alcateia de chavalos imberbes e um grupelho de cheerleaders pseudo-sonsas. As movimentações eram escassas ou coreografadas, de forma a que a aproximação às barracas por membros de cada grupo não fosse motivo para um encontro gélido como a morte. Nestas idades, trocar dois dedos de conversa com espécimes do sexo oposto era equivalente a tentar descobrir água em Marte.
Com o avançar da noite, entre uma coca-cola e um sucol, os versos sobre bacalhau e Mariazinhas com um alho pelo meio tornavam-se inócuos ao ponto do pé bater reflexamente no chão. Chegados a este ponto só resta uma opção: desencostar as costas do gradeamento e desavergonhadamente convidar a miúda dos risinhos parvos para dançar ao som do nós pimba.

Por excesso de vergonha na cara decerto, sempre que desencostei as omoplatas das grades foi para pôr a primeira em direcção a casa. Nem o domingo de manhã podia ser consagrado à análise do filme de véspera, já que a ementa das festas de S. Brás tinha para entrada o coro angelical da missa campal, logo às dez da matina, seguido de uma matinée de foclore. Bendito facebook.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mano a Mano III - The Smiths + Blur




Para ver e ouvir, Blur a interpretar Stereotypes, a primeira faixa de The Great Escape (1995).

"Slow media" com a XXI

Revista XXI
A proliferação constante de imagens e informações é a estrada de sentido único, através da qual o jornalismo contemporâneo acelarará na década que entra. A esta lógica de espontaneidade acresce a transferência inevitável para o digital. Pelo meio, os moldes económicos do negócio da notícias continuarão a ser redefinidos, a par e passo, com os da publicidade. 
O último parágrafo cristaliza um raciocínio com elevado valor preditivo, certo? Sim, e não. Mas não porquê? O Courrier Internacional do mês passado recupera um artigo do Jornal Le Courrier de Genève sobre a 4ª Conferência Internacional de Jornalismo,que decorreu em Estrasburgo de 16 a 18 de Novembro, onde a classe colocou, a si mesma, uma questão primoridal: o que andamos a produzir é barulho ou informação? O presidente do encontro, Jéròme Bouvier, coloca o dedo na ferida ao afirmar que o imediatismo, não só prejudica a qualidade da produção jornalística, como põe em causa a própria existência da profissão. Ao fim ao cabo, sem tempo para processar os dados e estabelecer ligações, a tarefa mediadora do jornalista cai por terra. 
Mas há alternativas palpáveis. Numa espécie de regresso aos fundamentos do jornalismo, a revista francesa XXI, gere os seus conteúdos informacionais de modo lento, com um cuidado apurado na edição. Lançada em 2008 e, desde então, sem qualquer página de publicidade, a revista apostou  nas grandes reportagens - textos, desenhos, fotos e banda desenhada. É possível adquiri-la nas bancas ou por assinatura por 15 euros. O modelo de negócio, totalamente assente nas receitas de venda, funciona com sucesso deste o primeiro mês. Em média, 52 mil exemplares são vendidos mensalmente. Para fechar este exemplo contra-corrente, transcrevo as palavras de Patrick de Saint-Exupéry, director da publicação e seu cofundador, sobre papel do jornalista:
A imprensa que era artesanal, tornou-se uma indústria quase mecânica. Aos jornalistas foi entregue o papel de técnicos de informação, em detrimento da legitimidade da sua função primordial: dar notícias.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Marr e a criatividade: de onde vêm as ideias?



Neste excerto de um documentário sobre Johnny Marr, o guitarrista discorre sobre o seu processo criativo, enquanto revisita na guitarra alguns dos riffs mais emblemáticos da carreira dos Smiths. As ideias surgem principalmente de processos de tentativa e erro, mas se não houver atenção à novidade passam despercebidas. É interessante ver como Marr pega em três power chords para construir um teia melódica com os mesmos acordes, mas com uma sonoridade a milhas de distância do punk-rock. Olhando para o reverso daquilo que nos é dado, num jogo de avanços e recuos com as sensações provocadas pelos sons tirados do instrumento, constrói-se uma identidade musical.

Mano a Mano III - The Smiths + Blur



No ar The Boy with the Thorn in His Head, sétima faixa de The Queen is Dead (1986). A música de The Smiths em meados de oitenta.

As imagens do cérebo e Neuroética

Quão plástico é o nosso cérebro? Será que as novas técnicas de imagiologia cerebral vão contribuir para detectar precocemente doenças neurológicas, como por exemplo, a esquizofrenia? É possível melhorar os nossos desempenhos em múltiplas tarefas cognitivas através de um treino mental adequado? Até que ponto o nosso auto-conceito é alterado por informações sobre os nossos estados mentais? Estas foram algumas das questões colocadas no final da conferência proferida pela Drª Judy Illes, que se realizou dia 2 na Gulbenkian ao final da tarde. A conferência serve de aperitivo ao Colóquio Internacional - A Imagem na Ciência e na Arte -, organizado pelo Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa que decorrerá entre 17 e 19 de Fevereiro.
O auditório 2 estava cheio para ouvir a convidada canadiana. Afinal de contas, não é todos os dias que temos à nossa frente a directora do Programa de Neuroética no Stanford Center for Biomedical Ethics. 
A palestra foi estruturada sobre dois pilares que sustentam as investigação de Illes: a possibilidade de identificar assinaturas neurológicas do eu através de técnicas de imagiologia cerebral e as implicações e desafios éticos que a neurociência coloca à humanidade. Com o advento de novas técnicas - tomografia de emissão de positrões ou imagens funcionais por ressonância magnética -, que nos permitem visualizar a actividade cerebral durante o desempenho de uma determinada tarefa, emerge um conjunto significativo de informações sobre o funcionamento dos processos mentais básicos, as fases de doenças neurológicas ou os mecanismos de tomada de decisões.A grande questão é a passagem da escala laboratorial para a colectiva. Embora, temas como criação de perfis neurológicos e brainomes - à semelhança da descodificação do genoma, mas neste caso cerebral - tivessem sido aflorados, Judes Illes assumiu que as investigações devem focar-se na procura de dados que contribuam para o alívio do sofrimento de pacientes colhidos por enfermidades. Tão assim é que a investigadora enquadra as evidências científicas em dois níveis de certeza: incerteza relativa e a incerteza total. Isto porque o cérebro é um orgão dinâmico que assimila e acomoda as informações do ambiente. Apesar dessas cautelas epistemológicas, a metas científicas são claras: mapear o funcionamento cerebral e, se possível, endereçar esse mapa para cada indivíduo.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Mano a Mano III - The Smiths + Blur



No ar, Charmless Man, a quarta faixa de The Great Escape (1995), o quarto álbum dos Blur. 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Mano a Mano III - The Smiths + Blur



O primeiro avanço para o Mano a Mano desta semana cabe a The Smiths com Bigmouth Strikes Again. Esta é a sexta faixa de Queen is Dead, terceiro álbum da banda lançado em Junho de 1986.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mano a Mano III - The Smiths + Blur

Queen is Dead, 1986
The Smiths
The Great Escape, 1995
Blur
O Mano a Mano desta semana tem um sabor mais pop. Melhor, pop britânico, já que as duas propostas provêm de terras de Sua Majestade. A influência de Queen is Dead (1986) de The Smiths fez-se sentir em inúmeras bandas de britpop da década de 90. Dessa fornada, recuperamos The Great Escape (1995) dos Blur.