No More Takes: As Ilusões do Amor

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

As Ilusões do Amor

Scientific American Mind  de Janeiro/Fevereiro traz um artigo dedicado a ilusões ópticas. Isso por si só não trás qualquer surpresa ao mundo. A percepção visual é um dos ramos da Psicologia que tem vindo a descortinar o modo como o nosso cérebro processa a informação visual. Dito isto, faz todo o sentido a inclusão de um artigo sobre as rasteiras que o nosso cérebro nos prega enquanto olha para o mundo lá fora, numa revista que tenta sumariar o estado da arte da ciência da mente. A piada surge quando as ilusões visuais apresentam os símbolos clássicos do romantismo. Escolhi três dessas figuras.  


Se atentarmos no centro da imagem acontece algo curioso. Ora vemos um botão de rosa, ora vemos um casal abraçado, ou seja, há uma impossibilidade ver as duas coisas em simultâneo. Ao tentar resolver a ambiguidade da figura o nosso cérebro escolhe uma das duas interpretações possíveis.


A imagem em cima é um ambigrama, isto é, uma construção tipográfica que pode ser lida a partir de dois pontos de vista diferentes. A palavra composta por "ambíguo" e "anagrama", foi cunhada por Judith Bagai, editora de The Enigma, o jornal oficial da National Puzzlers' League. Neste caso, constatamos que "love" e "amor" são os dois lados do mesmo objecto ambíguo.


Ao olhar para a figura damos logo de caras com um coração. Mas o coração não está lá. Este é um dos exemplos mais poderosos do poder das ilusões ópticas, que não passam de uma não correspondência entre a realidade e a percepção.
Aqui, é a existência de um contorno que nos dá a ilusão do coração trespassado pela seta. Mas como o contorno não está lá, podemos concluir que quando a informação é escassa o nosso cérebro trata de preencher o que está em falta. Rudiger von der Heydt e os seus colegas do Hospital Universitário de Zurique na Suiça, demonstraram que estes contornos ilusórios são processados por uma área cerebral dedicada à visão denominada por V2.

Afinal de contas, quem disse que para ver a realidade basta apenas abrir os olhos?

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