Abro 2011 com o visionamento do novo filme de Sylvain Chomet, o Mágico. O mesmo realizador da longa-metragem de animação Belleville Rendez-vous (2003), adaptou um argumento original de Jacques Tati para construir uma elegia à nostalgia e à paternidade.
O desenrolar da história é feito em lume brando, convidando o espectador a acompanhar o mundo em extinção de um mágico profissional francês. Por entre gaffes e pequenos desaires do nosso mágico imbuído do espírito de Tati, a Europa dos vaudeville é passada em revista. Sinal dos tempos, novos entretenimentos mais barulhentos, mais sónicos, mais velozes fazem progressivamente a sua aparição pelos palcos dos Music Halls (é delicioso o retrato da banda rock). Com a escassez do interesse público na urbe pelas velhas artes mágicas, o nosso anti-herói agarra uma oportunidade para levar os seus truques até à Escócia. Aí conhece Alice para desempenhar um papel inesperado.
Se a magia existe, está neste filme.
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