D. Afonso Henriques sagra-se vencedor, mas à rasquinha
Enquanto Cavaco foi poupado a uma segunda volta, a escolha de D. Afonso Henriques para ectoplasma favorito para presidir à República Portuguesa mereceria um novo embate democrático. Afinal de contas, os 40% que O Fundador amealhou, não lhe garantem uma autoridade inquestionável no desempenho das funções de mais alto magistrado da nação. Apesar do estilo trauliteiro (eu-contra-todos-mais-algum-castelhano-ou-mouro-que-se-me-atravesse-no-caminho) do candidato real, os pouco (mas bons) votantes neste Quiz acharam sensato colocar um monárquico em São Bento. Se isto não é descontentamento com o regime, então não sei o que é.
A supresa da noite está no segundo lugar. Pessoa e D. Sebastião são os protagonistas de um empate insólito. 30 é o valor percentual que cada um obteve individualmente. Bem, quanto a Pessoa a análise não é tão linear. Consta que beneficiou de um apoio alargado que juntou simpatizantes rurais de Caeiro, futuristas adeptos de Campos, apoiantes classicistas de Reis e adeptos do fragmentário Soares. Na realidade, eleitores do ortónimo foram meia dúzia.
O grande perdedor da noite foi D. Sebastião. O Desejado perdeu claramente o fulgor de outros tempos, mesmo que tenha beneficiado dos votos de leitores d'A Mensagem, para grande alegria ambivalente de Pessoa. O miúdo que foi dar uma volta a Alcácer-Quibir e nunca mais voltou, parece estar irremediavelmente relegado para um limbo onde habitam outras personagens esquecidas da história da carochinha, como o Estado Social, Manuel Alegre ou Bin Laden
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